sábado, 14 de julho de 2007

I love your neck


Vampiros

Percorro o teu corpo
Não olhando para trás
Se hoje não estou morto
Amanhã tanto faz
Meu corpo no teu
Oscilando sem fim
É desejo, é feitiço
Que nos faz ser assim

A vida que me dás
Só me faz morrer
Cada dia sem ti
É mais um dia a sofrer
Quero gritar-te ao ouvido
“Hoje és tudo o que eu quero!”
E perder-me contigo
No Céu ou Inferno

Meu sangue no teu
Minha sombra na tua luz
És a fonte do desejo
Que tanto me seduz
Eu quero voar em ti até que o Sol nasça
E perder-me depois nas mãos da desgraça
Eu sei que nada te vai fazer ficar
Mas quando vires que parti vais querer voltar
Se estou aqui agora nada está perdido
Sou tudo o que vês, a teus pés caído
Sou morte em ti, meu Amor
Se vivo por ti não me deixes na Dor
Dá-me o teu sangue, dá-me o teu corpo
Dá-me tudo o que grita em ti
E mata-me de novo
Com tudo o que perdi


ECB - 2005












AISHITERU












Sparks


Adormeci-me em ti. Para me veres sorrir hoje novamente. Para que as estrelas se pintem para nós. Não sei onde estou, nem sei ao certo quem sou agora. Quanto de mim és tu e quanto em mim é teu. Faz-me saltar, rebolar. Faz-me acreditar. Que o amanhã começa hoje e que é um dia de alegria.
Crava-me a pele, tatua-me o corpo de ti. E ri. Ri. Ri. Que a alegria é o nosso combustível. Faz-me arder em alegria. Viaja em mim. E deixa o tempo parar em nós, como se não houvesse mais tempo, só espaço. O espaço que somos nós sem que mais nada exista. Hoje somos só nós.
Vamos partir os vidros. E mandar com as cadeiras contra as paredes. Vamos gritar até não termos mais voz. E rir com o que resta do nosso fôlego. Vamos por aí sem destino. Por dentro de nós, por fora do mundo. Vamos e o resto que se foda.
E as luzes... e o ritmo... em nós. Tudo gira, tudo flutua, tudo explode... em nós.
E o Amor? O Amor que se foda. Não me fales em Amor que eu não sei o que isso é. Só conheço a dor e a alegria. E o meio que é vazio.
Vamos pular. Até cair para o lado. Até cair. Para depois me levantar em ti. Chega de palavras. Não servem para nada para além de nos fazerem pensar e pensar e pensar. Nós não somos palavras. Somos acção. No fim o que conta será sempre o que fizemos ou deixámos por fazer, o que tentámos ou deixámos por tentar. Que se fodam as palavras. Todas, todas, todas.
Rasga-me a boca com sorrisos. Cega-me os olhos com o brilho da alegria. E ri. Ri. Ri.
Ri.
Ri.
Ri.

The gloaming

Memórias

Lembras-me uns lábios que sorriam por mim
Lembras-me uns olhos que brilhavam tanto, tanto...
Lembras-me momentos em que o tempo era sempre pouco
E foi no tempo que a dúvida nos trouxe um fim

As memórias são
Como chagas na alma
Feridas abertas
No coração

As memórias são
Como facas
Que me matam
Na tua mão

Pus a máscara para não veres a Saudade que sinto
E no silêncio prefiro ter-te aqui, mesmo que nada seja igual
Porque eu sei que se visses o que sou, não verias
Que quando falo a verdade, sempre minto

As memórias são
Como doenças da mente
Espinhos cravados
No coração

As memórias são
Como fontes de dor
Imagens que me trazem
A solidão

ECB - 2000

Fool

Who am I to need you when I cry? And who are you when I need you to come by? I can’t breathe enough with these tears dropping inside. The world is spinning to the wrong side. And all I can do… is fall into the ground. With nobody around… Listening to the sound… of my pain.
Who am I to need you when I die? And who were you when together we flied? I’m rolling and drowning on the floor. Can’t figure out how to open the door. And I can’t fake it… My head’s about to explode. My body aches and my soul’s wounded… It’s hard to handle this fucking pain.
Every night the nightmare comes, you’re in my mind and in my dreams. So I can’t sleep when I feel it too deep… I can’t sleep…
Who am I: To need your smile? To ask you “why?” To miss the way you make me feel? All I wonder now is if was it all real? Am I been playing the fool? Yes… I’ve been a fool. A stupid fool.


So when I asked who I was… now I know… I’m a fool.

ECB - 2005

domingo, 8 de julho de 2007

Thank You Friends


Amizade

Quando as palavras perdem a Idade
Quando tudo o que resta é a Saudade
Só mesmo a Amizade
Poderá devolver a Felicidade
Perdida

Quando a Motivação perde a Vontade
Quando a Paz de Alma já não nos invade
Só mesmo a Amizade
Poderá revelar a Verdade
Escondida

Quando os movimentos perdem a Suavidade
Quando o Amor nos leva a Liberdade
Só mesmo a Amizade
Poderá erguer a Metade
Desconhecida

O Futuro que ninguém sabe
Está presente na minha,
Na tua, na Nossa Amizade

ECB - 1999

Diário de Lestat

Londres, 28 de Julho 1898

Há dias tive um pesadelo de horror especialmente belo. Chovia sangue e as gentes dançavam na rua, bebendo-o e uivando de prazer. Nuas, mordiam-se e consumiam-se, rasgando-se em carne viva. Numa orgia de loucura e alucinação. E o céu sangrava sem cessar. As ruas eram o palco desta cena de decadência demencial.

Depois acordei. E contemplei o corpo nu da tua amiga. Dormia serena, como se fosse normal estar ali. Ainda tinha as marcas dos meus dentes. Tu continuavas abraçada a mim, completamente alheada da vida. Noutro mundo que não este.
Fiquei uns instantes a observar.

Então compreendi. Apercebi-me de como trouxeste para a minha vida a luxúria. De como em mim se criou esta enorme sede lasciva concomitante a esta fome de prazer predatório. E vi, então, que em mim se perderam os sentimentos, devorados pelo objectivo único que é saciarmo-nos. Vivemos para matar a fome. Mas a fome perdura. Volta sempre, não morre. Não há corpos que a fartem. É abismal.
Banalizámos a luxúria nesta procura incessante de algo mais que nos mate a fome. Construímos muros intransponíveis à volta da moral. Esquecemos o Amor. Somos escravos do prazer. Dependentes da lascívia.


ECB - 2007

The Future Starts Today

Feeling so scared, I walk alone
Surrounded by everyone
And every road I try to walk
Is full of silence, I just can’t talk

All the things that come my way
Can’t change me, can’t fill me, can’t make me stay
Can’t make me shine the way I should
Can’t give me Life the way She could

I’m every tear of every eye of every man
Every fear and every pain and everything that’s hard to understand
I’m every piece of every game of every child
Every laugh and every joke and everything to make you smile

Feeling so bored, I change the world
Trying to murder my soul
And every word I try to speak
Is out of meaning, just makes me weak

All the things that come my way
Can’t foul me, can’t waste me, can’t make me pray
Can’t make me leave the way I should
Can’t give me madness the way She could

I’m every tear of every eye of every man
Every fear and every pain and everything that’s hard to understand
I’m every piece of every game of every child
Every laugh and every joke and everything to make you smile

The future starts today, so let’s take the sadness out of the way

You’re every feeling of every heart of every lover
Every light of every cigar of every smoker
Every piece of every puzzle of every life
Every word of every reason of every strife

You are me and I’m everyone
You are me and I’m everyone
You are me and I’m everyone

ECB - 2006

Who and where are you?


“Amo-te”. A palavra repetida ao som do mar e do vento parece sussurrar-nos uma alegria límpida como os sonhos. As estrelas brilham lá em cima, iluminam-nos o caminho até ao mar. A lua está grande, e linda, linda, linda... Flutuamos na areia ao ritmo das nuvens. Hoje estás perfeita. Os teus olhos brilham intensamente. Nunca tinha visto tamanho brilho. Hoje estás perfeita...

Sentamo-nos à beira-mar. O rugido do oceano parece fazer nascer em nós uma força imensa. As estrelas e a lua cantam com ele. Olhamos para cima. Milhões de diamantes sobre as nossas cabeças. Diamantes sobre veludo negro. E a lua de prata sorri. Tu sorris. É bom ver-te sorrir. É bom saber que sabes sorrir. Eu também sorrio. Aprendi a sorrir hoje, ensinaste-me com a tua luz. Deitamo-nos na areia e continuamos a olhar para cima, para o infinito. Tento exprimir qualquer coisa. As palavras escorrem umas atrás das outras. Digo tanto e tão pouco. Palavras, apenas palavras. Mas cheias de sentimento, aquele sentimento que povoa os sonhos de quem sofre e a vida de quem é feliz. Olho para ti. Os teus olhos estão ainda mais brilhantes. Uma lágrima procura rolar para a face. Estás emocionada. Estás feliz. Estás perfeita. Calas-me com um beijo. Voltamos a olhar para cima. Agora és tu quem diz coisas sem nexo mas que fazem sentido. O Universo de paz que habita em nós transmite-se às estrelas. Estamos sós mas acompanhados pela beleza e a pureza da Natureza.

Hoje sou mar de vida. Hoje estás perfeita. A certeza de que estarás sempre aqui faz-me sentir tão bem. Tão bem! Nunca tinha tido esta certeza. Nunca tinha tido esta segurança. Foi preciso teres aparecido tu, fada dos meus sonhos. Foi preciso que tudo mudasse. E é tão bom estar bem...

Hoje estás perfeita. Os teus cabelos ondulam ao som da brisa. Tua mão enlaçada na minha, transmite-me a tua força, o teu sentimento, a tua paz. Onde estiveste tu até agora? Como consegui eu viver sem ti até hoje? Olhas para mim e dizes “Amo-te”. É bom ouvir isso. É bom sentir isso. É bom não recear dizer isso. É tudo tão bom... Na perfeição dos sonhos encostas a tua cabeça ao meu ombro e fechas os olhos. Sorris. Dizes querer ficar ali para sempre. Dizes querer fugir comigo para longe para podermos ficar assim para sempre. Dizes querer morrer assim. Dizes tanto com tão poucas palavras. Hoje estás perfeita.

Decidimos levantarmo-nos e passear um bocado. Vamos de mãos dadas ao longo da praia. Ao longe luzes de barcos. Pontinhos de luz, talvez tentando imitar estrelas mais baixinhas. Hoje tudo é perfeito...


O Tempo passou e mudou o meu mundo. O vento soprou-me para longe do Passado. O mar trouxe-me uma luz nas ondas, um caminho a seguir. Passou o tempo, soprou o vento e tu ficaste. Tu. O meu mar. A minha luz. O meu caminho.
Tu.

ECB - 2000

That there... that's not me

Eu não sou brinquedo para brincar e arrumar. Eu não sou remédio para usar somente na doença. Eu não sou o vibrador que usas e desligas. Eu não sou o rádio que ouves quando te apetece. Eu não sou o refúgio que só se procura em dias de tempestade. Eu não sou um robot. Eu não sou um objecto.

Eu tenho um coração que precisa de ser enchido até estar completo, não há meias felicidades, não há felicidade por capítulos.
Eu preciso de amor todos os dias, não é de vez em quando.
Eu preciso de terra firme para fixar as raízes, não posso viver na lama.
Eu não sou a jóia que só usas em algumas ocasiões. Eu não sou o diploma que penduras na parede. Eu não sou a ocupação dos teus tempos livres. Eu não sou o Santo a quem rezas quando precisas. Eu não sou a água que bebes quando tens sede. Eu não sou uma máquina. Eu não sou um objecto.

Eu preciso de te ter como tu me tens. Eu preciso de reciprocidade, não de unilateralidade. Eu preciso que estejas para mim da forma que eu estou para ti.
Eu preciso que me digas frequentemente tudo o que só me dizes quando sentes a minha falta e me queres por perto.
Eu preciso de dedicação.

Eu não quero que me uses somente quando precisas. Eu quero que me uses sempre, todos os dias. E quero usar-te também. Sempre. Para sempre.

ECB - 2005